quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

"Charlando con"... Irmã Rosalva

A Irmã Rosalva Serrano nasceu em Barranquilla, La Costa (Atlântica) no ano 1936. Para o próximo ano celebra 50 anos de vida consagrada. Pertence à congregação Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo.

Graduada em Psicopedagogia, dirigiu durante 5 anos o colégio da congregação. No final desse tempo decidiu entrar para a comunidade. Com uma gargalhada diz que o mais difícil foi o voto de pobreza: “Recebia um bom salário e de repente tinha de andar a pedir dinheiro à irmã responsável. Era muito chato!” Mas de seguida afirma que o que mais a fascinou foi o voto de “Serviço aos mais pobres”. Esta congregação acrescenta este voto aos votos de castidade, pobreza e obediência. Estes votos não são perpétuos, são renovados todos os anos no dia 25 de Março – Dia da Anunciação. A irmã explica que “nesse dia a festa é grande para quem renova os votos ou quem celebra os votos renovados. Mas também existem as saídas, algumas irmãs deixam a congregação nesse dia.”

Tendo como vocação a “ida ao encontro dos mais pobres”, a irmã Rosalva já trabalhou em quase todos os departamentos da Colômbia, afirma que só lhe falta trabalhar em dois.

Inicialmente, trabalhou em Letizia – Puerto Nariño – com os índios Tikuna, durante 5 anos. De seguida passou para o Cauca onde acompanhou os índios Nasa por mais 4 anos. “Nesta altura dei-me conta da grande necessidade de se manter as relações entre a Colômbia e os seus povos indígenas. Eles estão muito descuidados e desprotegidos. Vivem com carências básicas, principalmente na saúde. Sem ajuda não poderão resistir muito mais tempo”.

Nessa região as irmãs têm agora duas escolas e já contam com professores locais, formados com elas, para dar continuidade ao ensino. Um grande problema que ela salienta é o facto de “muitos dos professores, a partir do momento que se formam, não querem conservar a cultura indígena. Deixam o seu dialecto e optam só pelo espanhol.”

Neste momento encontra-se a trabalhar em Bogotá com os deslocados indígenas, campesinos e afrodescentes. Explica que “a realidade destas pessoas é muito difícil e dolorosa pois têm de deixar tudo e fugir para a cidade”. Quando chegam à grande cidade, em alguns casos, conseguem uma etiqueta a dizer desplazado, “é um desprezo muito grande, e a isso ainda se juntam as ameaças de quem não quer (con)viver com eles”, acrescentou a irmã.

É neste trabalho que afirma “viver a oportunidade de ajudar”, e assim, dar sentido à sua vocação.

Antes de terminar a conversa, deixa a partilha de um sonho que é ver acabar a guerra na Colômbia, “que antes de morrer possa ver chegar a paz e a justiça social em todo o território.”

Explica esse sonho descrevendo um contexto onde as crianças e as mulheres sofrem os maiores atropelos, por isso não pode deixar de fazer um convite:

“Que todas as pessoas de bom coração nos ajudem desde a oração, se não puderem nos fazer uma visita, para que um dia a Colômbia seja território de Paz e Justiça.”

Muchas gracias Hermana!

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