sábado, 21 de abril de 2012

Uma foto à portuguesa!


Desta vez vimos partilhar convosco uma foto histórica. Porque histórica? Pois bem, porque foi a primeira vez que conseguimos juntar os 5 Missionários da Consolata a trabalhar nesta região.
E afinal quem são? No centro está o P. Manuel Dias, a trabalhar na Colômbia desde o final dos anos 80, do lado esquerdo a Irmã Maria da Graça Amado, chegou a esta missão em 1999,  e à direita, a Irmã Graça Lameiro, que fez o seu noviciado de 1996 a 1998 e voltou no ano 2006. 



Estes são três grandes exemplos de vida dedicada de forma especial a esta missão que, com muito orgulho e felicidade, partilhamos com eles. 


Foi com muita alegria que tiramos esta foto para recordar que um pedacinho muito pequeno de Portugal que se juntou para celebrar a alegria da vocação missionária bem ao estilo "tuga" e já muitíssimo inculturada, pois escusado será dizer que falamos espanhol entre todos... é a força do hábito!


Ah! E aqui esperamos mais "tugas"!




quarta-feira, 18 de abril de 2012

Páscoa em Soplin Vargas


Cristo Resuscitó, Aleluya! Aleluya!

Depois das visitas às comunidades dirigimo-nos rumo a Soplin para celebrar com a comunidade o Tríduo Pascal. Pelo caminho passamos sempre por várias árvores, como devem imaginar, mas existem duas que nos transmitem algo de bonito, e se até então não sabíamos como explicar o que elas nos transmitiam, nesta viagem da Semana Santa fomos especialmente inspirados. Aqui fica a foto e a nossa mensagem: É Cristo que, vencendo a morte, nos sustem na terra e na vida eterna. Que tal esta inspiração para começar o Tríduo Pascal?


Chegamos a Soplin quarta-feira pela manhã e não perdemos muito tempo pois tínhamos prometido preparar o almoço para a Irmã Graça Lameiro e para o P. Jaír que acabavam de sair nesse dia de Leguízamo para celebrar a Páscoa com as comunidades do lado colombiano. Ao passarem por Soplin pararam para cumprimentar a comunidade e comer algo quentinho. Depois do almoço começamos a arrumar as malas e a prepararmo-nos para as atividades dos próximos dias.

5ª FEIRA SANTA

Durante a manhã continuaram as preparações e aproveitamos para fazer algumas visitas. Este ano tivemos uma grande ajuda para o anúncio das atividades e celebrações do Tríduo Pascal, o senhor responsável pelo altifalante da camara municipal teve o cuidado de fazer os avisos para que todos estivessem presentes. O início da tarde foi dedicado às crianças, as quais, depois de uma pequena catequese sobre a Páscoa, começaram a desenhar ovos da Páscoa para afixar na parede da casa comunal (local onde realizamos todas as atividades e celebrações). Sem dúvida que pintar é a maior atracão dos miúdos, sejam meninos ou meninas. Já o sol se tinha deitado quando começou a Missa do Lava-Pés. Aqui tivemos a primeira manifestação de participação, felizmente, tivemos mais pessoas que o ano anterior. É bonito salientar que calhou a responsabilidade de fazer a homilia ao Copi. Isto acontece não porque P. Kim tenha preguiça ou algo, mas pela riqueza que é a partilha da reflexão da Palavra do ponto de vista quer dos Leigos, como também das Irmãs.





6ª FEIRA SANTA

A manhã começou com a Via Sacra pelas ruas de Soplin. Tanto a participação na via-sacra como a disponibilidade de algumas pessoas e entidades para colocarem uma estação nas suas portas, foram conseguidas com satisfação. Como não temos a sorte de ter um altifalante portátil somos obrigados a tocar muito alto a guitarra e a cantar também, isto torna-se um grande desafio nas enormes subidas e depois de um longo caminho. À noite tivemos a celebração da Adoração da Cruz, com a leitura da Paixão e desta vez “tocou” à Vivi partilhar com a comunidade a sua reflexão acerca da Palavra de Deus, e tudo à luz das velas.  




SÁBADO SANTO

Durante a manhã apareceram algumas crianças à procura dos “famosos ovos de pintar” e outras que vieram ajudar a adornar a cruz para a Vigília Pascal. Além das pinturas tivemos a oportunidade de ensaiar um cântico com gestos para que as crianças tivessem algum protagonismo na vigília Pascal.
Como nesse sábado se celebrava também o dia Mundial da Saúde, a casa comunal estava ocupada nas horas em que normalmente se celebrava a Eucaristia, por esta razão a nossa Vigília foi às 16:00. Com uma grande participação, também devido aos 3 batizados que se realizaram, as pessoas celebraram a Ressurreição com pompa e circunstancia: uma Vigília com muitos cantos e muita alegria. Nessa noite participamos na celebração do dia Mundial da Saúde.





DOMINGO DE PÁSCOA

O dia começou bem cedo com a organização das malas, baldes e sacos, e às 8:00 já estávamos a celebrar a Missa de Páscoa. Foi uma Eucaristia simples mas revestida da alegria do Ressuscitado. Durante a viagem de volta a Leguizamo fomos “acarinhados” por uma dessas chuvas tropicais que nos deixou completamente molhados e, para ajudar, no meio da tormenta o motor apagou-se e tivemos de ficar parados à mercê da chuva.  






O que mais nos marcou desta vez foi a forma como as pessoas começam a criar laços com os missionários. Por estes lados diz-se que o trabalho com os indígenas é lento e requere muita paciência e esperança. Que alegria ver que os frutos aparecendo e temos a esperança de que muitos mais virão. Este é o sinal de uma comunidade que começa a caminhar para a Terra prometida: a criação de uma paróquia em Soplin Vargas.  


Até breve!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Visita às comunidades na Semana Santa

É sempre uma alegria voltar à comunidade de Soplin Vargas, e fazê-lo por ocasião da Páscoa de Ressurreição torna a satisfação ainda maior. Este ano decidimos visitar algumas comunidades peruanas que se encontram ao longo do rio Putumayo, a caminho de Soplin. 


Depois de uma semana de preparativos começamos as visitas no Domingo de Ramos numa comunidade chamada Lupita que mesmo em frente a Puerto Leguizamo. Saímos depois do pequeno almoço e aí celebramos os Ramos com a comunidade, e estiveram presentes cerca de 20 pessoas. Devido à proximidade que estávamos de Leguizamo, aproveitamos para voltar à hora de almoço e partilhar o almoço em casa das Irmãs da Consolata, juntamente com os Missionários da Consolata aí de Leguizamo. Entre as delícias servidas, destacamos as bem portuguesas amêndoas de Páscoa e a garrafinha de vinho do Porto Ferreirinha, a Ir. Graça Lameiro gosta de nos mimar e, sobretudo o Copi, agradece este tipo de mimos!!!!




Depois do almoço, partimos no nosso barquinho rio abaixo em direcção a Miraflores. Esta é uma comunidade onde vivem perto de 16 famílias. Chegamos ao final da tarde e a grande dificuldade desta "vereda" é o caminho de pura lama que se tem de atravessar até chegar às casas e, como era necessário descarregar todas as provisões do barco, contamos com as crianças como as nossas  grandes aliadas. Nessa tarde visitamos todas as famílias convidando-as a participar na Missa do dia seguinte. Ficamos instalados numa das casas onde simpaticamente nos receberam. Pela manhã, bem cedo, celebramos a Eucaristia com todas as crianças e com algumas famílias: um momento bonito de partilha. No final da Eucaristia, toca a carregar tudo outra vez para o barco e despedirmos-nos de todos com um "até breve!". De todas crianças, ajudantes sempre fiéis, uma teve especial impacto no Copi, aqui fica a foto dos novos amigos (isto porque a criança nem sabia o que tinha vestido :) )



Com mais meia hora de rio chegamos a Nueva Peneya, uma pequena comunidade onde vivem cerca de 7 famílias. Quando chegamos não estava ninguém mas, livremente, decidimos nos instalar na Casa Comunal e esperar que chegassem os "donos da terra". Lá para o final da manhã apareceram duas pessoas que nos explicaram que os restantes tinham ido a Soplin e só regressariam pela noite. Como estava na hora do almoço tivemos de improvisar uma fogueira e preparar uma boa comida. Aproveitando que estávamos sozinhos, decidimos colocar as "lavagens em dia", isto inclui roupa e uma fresquinha banhoca no rio. As famílias chegaram já ao entardecer e como não existe luz nem geradores, decidimos celebrar a Eucaristia no dia seguinte, outra vez muito cedo e com toda a comunidade. Depois da celebração tiramos uma foto para a prosperidade e para mais tarde recordar.




Chegados a Peneyta, a tensão era grande para o Copi, pois a última vez que lá esteve um cão pouco "católico" decidiu atacá-lo. Felizmente ao chegar fomos informados que esse mesmo cão já tinha partido, ficamos sem saber exactamente para onde, mas o importante é que o Copi podia circular com tranquilidade no povo. Esta comunidade é composta maioritariamente pela família do animador local, D. Guillermo. Tal como Miraflores, aqui também contam com um professor residente que lecciona os diferentes níveis de aprendizagem  de acordo com as crianças que frequentam a escola primária. Explicando brevemente esta problemática: são poucas as comunidades que contam com uma escola, e as que têm o edificío nem sempre têm o professor, infelizmente, e por muitas razões, os professores não chegam a estas comunidades.


Mas, voltando ao nosso tema, depois de instalados na casa comunal, celebramos a Eucaristia com os presentes que, no final, nos brindaram com um jantar especial onde a grande novidade era o peixe cão (não sabemos porque o chamam assim mas que não ladrou no prato não ladrou!) E à medida que o sol desaparecia e chegava a noite cada um instalou-se na sua "hamaca" (rede), infelizmente nessa noite tivemos a presença de um casal de morcegos que fizeram o favor de não nos querer deixar dormir, mas enfim, são os sons da natureza ao vivo. 






Foi muito significativo para nós visitar estas comunidades onde, de uma maneira ou outra, experimentamos a vida como a vivem os indígenas, a solidão de chegar e não encontrar ninguém, e sobretudo experimentamos a alegria daqueles que se encontram connosco e que nos receberam tão bem! De cada comunidade saímos com a alegre sensação de missão comprida e com a esperança de voltar brevemente.