segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

I Diplomado de Pastoral de Etnias e Pastoral Urbana



Durante duas semanas, de 22 de Novembro até 4 de Dezembro, participamos no primeiro Diplomado de Pastoral de Etnias e Pastoral Urbana organizado pela Conferência Episcopal e a Universidade Pontifícia Javeriana, contando também com a colaboração dos Missionários da Consolata na elaboração do programa formativo.

Este curso foi destinado a missionários que já trabalhavam ou iam trabalhar no país, formando-os sobre diferentes realidades e missões. Todos os formadores tinham uma experiência vasta na área abordada, sendo alguns eram os próprios membros das comunidades étnicas. Entre eles, estavam alguns missionários da Consolata, tal como o P. Renzo Marcolongo, P. Ezio Roattino e P. Salvador Medina.

Os temas abordados foram, tal como o nome indica, sobre as pastorais de Etnias Indígenas e Afrodescendentes – cultura, situação actual, medicinas alternativas, idiomas, rituais e celebrações teologias; e Pastoral Urbana – cultura, El desplazamiento (deslocados ou refugiados – mais tarde falaremos dessa realidade numa outra notícia). Outras formações mais abrangentes foram: Inculturação, a Amazónia e Opção pelos Pobres. Muitos dos temas utilizaram o documento da Aparecida como base de trabalho (www.aparecida.com.br).

A variedade foi excelente para conhecermos os diferentes trabalhos que se fazem no país e a real situação em que se encontram essas missões e a Colômbia em geral. As conclusões foram duras e tristes, a situação de guerra, fome, doenças, discriminação, violência, e tudo mais, é muito forte, muito presente. Para que entendam melhor, alguns dos dados apresentados revela que desde 2002 até este ano 1721 indígenas foram considerados assassinados devido ao conflito armado, mas a realidade é sempre outra onde o número é mais elevado, muitas pessoas não denunciam estas situações por razões óbvias. Em relação aos Afrodescentes, representam cerca de 30% da população refugiada/deslocada. Segundo dados da ONU a Colômbia é o 2º país com maior número de deslocados.

Em relação ao grupo de participantes, todos provinham de diferentes congregações e paróquias. Mas este grupo tão heterógino tinha uma coisa em comum – a Missão. Foi muito bonito conhecer diferentes formas de viver a mesma missão, diferentes carismas, diferentes trabalhos, mas todos por amor a Deus e ao Irmão.

Em termos práticos, tivemos de realizar um projecto para aplicar nas nossas comunidades. Nós os dois, juntamente com a Irmã Idefonsia (Missionária da Consolata), apresentamos um Plano de Inculturação para os Missionários e Missionárias da Consolata: antes, durante e depois da Missão. E fomos visitar uma comunidade – Soacha (podem conhecer mais numa notícia com este nome).

Concluindo, agradecemos muito a oportunidade de participar neste curso. Sem dúvida foi um presente de Deus. Com este diplomado somos mais capazes de conhecer a realidade, saber onde é necessário intervir, e claro, onde podemos realizar melhor a missão que nos trouxe até aqui.

Para terminar, gostava de vos deixar uma ideia partilhado pelo P. Renzo e que serviu de base para todo o curso:

“Os Missionários e Missionárias têm de ter uma mente muito aberta para conhecer, entender e aceitar o outro e a sua cultura específica.”

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