terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

É Carnaval!!! E em Licto (Equador) ninguém levou a mal.


Como tem sido constante, grandes coisas vão passando pelo neste caminho missionário. Onde quer que vamos acontece sempre algo digno de memória e que aqui partilhamos.
Durante este mês de Feveiro tivemos a oportunidade de estar em Licto (na serra equatoriana) onde a Vivi está  a fazer uma investigação (para a bendita tese) junto dos Indígenas Puruhá-Kichwa.
Já é a segunda vez que estamos em Licto, pois faz um ano estivemos aqui a participar no III Encontro Internacional Indígena (temos a notícia aqui no blog se quiserem espreitar). 


Por estes lados o Carnaval é uma grande e importante festa, principalmente entre os Indígenas desta região. Por esse motivo juntamos trabalho e prazer ao marcar esta viagem de forma a conhecer esta bonita festa. Segundo um site de Riobamba (capital do departamento ao qual pertence Licto) esta é a definição de Carnaval:


"O Carnaval por este lados  é uma das festas mais importantes. Esta celebração, produto do sincretismo, encontra-se submersa e enraizada em muitos lugares, caracterizando-se como o espaço e o tempo de reencontro das comunidades no seu local de origem. Esta celebração tem duas grandes correntes opostas mas complementares que a tornam única. Por uma parte o Carnaval mestiço, de origem espanhola e de alto contexto popular-religioso; e por outro lado, o andino que recria aspectos quotidianos da vida e do universo. Manifestam-se  com jogos cerimoniais e rituais purificadores com água, que ao fundir-se com cantos, música, dança, comidas, bebidas e vestimentas próprias do Carnaval Andino, convertem a festa da abundância na mais autentica do Equador e modelo característico da interculturalidade e por isso acreditam que é Património Intangível do Equador." (www.goriobamba.com)


Segundo um indígena Puruhá a definição correcta para descrever o carnaval é "Solidariedade com os que têm menos e de reconciliação entre as comunidades".

A verdade é que, depois da experiência o ano passado em Puerto Ospina (notícia), e a fama deste chamado "Carnaval dos Indígenas" de Licto, as expectativas eram muitas e por isso decidimos prepararmo-nos bem: aqui as "armas" foram estas garrafas de espuma que temos na mão. 

(foto: Missão IMC Licto)

Ao contrário dos outros dias que Licto parece um lugar fantasma, durante estes dias de Carnaval  a aldeia encheu-se de gente que chegava de diferentes lugares para festejar e assistir, de forma particular, ao desfile de carnaval. E claro todos que saíram à rua a regra era: sujar e deixar-se sujar! 
Os que desfilavam tornavam-se os alvos preferidos enquanto tentavam desesperadamente seguir as coreografias. Ao longo do desfile, que durou cerca de 4 horas, estes foram literalmente atacados com espuma, água e mãos cheias de tinta que apareciam de todos os lados.
Aqui ficam algumas fotos do desfile, e, para além do claro exagero de espuma, reparem nos diferentes vestidos tradicionais, uma maravilha cultural!


Gostaram?
E como bons missionários a inculturação é um factor muito importante, por isso toca a "jugar a los Carnavales"!



Até à próxima!


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