terça-feira, 17 de abril de 2012

Visita às comunidades na Semana Santa

É sempre uma alegria voltar à comunidade de Soplin Vargas, e fazê-lo por ocasião da Páscoa de Ressurreição torna a satisfação ainda maior. Este ano decidimos visitar algumas comunidades peruanas que se encontram ao longo do rio Putumayo, a caminho de Soplin. 


Depois de uma semana de preparativos começamos as visitas no Domingo de Ramos numa comunidade chamada Lupita que mesmo em frente a Puerto Leguizamo. Saímos depois do pequeno almoço e aí celebramos os Ramos com a comunidade, e estiveram presentes cerca de 20 pessoas. Devido à proximidade que estávamos de Leguizamo, aproveitamos para voltar à hora de almoço e partilhar o almoço em casa das Irmãs da Consolata, juntamente com os Missionários da Consolata aí de Leguizamo. Entre as delícias servidas, destacamos as bem portuguesas amêndoas de Páscoa e a garrafinha de vinho do Porto Ferreirinha, a Ir. Graça Lameiro gosta de nos mimar e, sobretudo o Copi, agradece este tipo de mimos!!!!




Depois do almoço, partimos no nosso barquinho rio abaixo em direcção a Miraflores. Esta é uma comunidade onde vivem perto de 16 famílias. Chegamos ao final da tarde e a grande dificuldade desta "vereda" é o caminho de pura lama que se tem de atravessar até chegar às casas e, como era necessário descarregar todas as provisões do barco, contamos com as crianças como as nossas  grandes aliadas. Nessa tarde visitamos todas as famílias convidando-as a participar na Missa do dia seguinte. Ficamos instalados numa das casas onde simpaticamente nos receberam. Pela manhã, bem cedo, celebramos a Eucaristia com todas as crianças e com algumas famílias: um momento bonito de partilha. No final da Eucaristia, toca a carregar tudo outra vez para o barco e despedirmos-nos de todos com um "até breve!". De todas crianças, ajudantes sempre fiéis, uma teve especial impacto no Copi, aqui fica a foto dos novos amigos (isto porque a criança nem sabia o que tinha vestido :) )



Com mais meia hora de rio chegamos a Nueva Peneya, uma pequena comunidade onde vivem cerca de 7 famílias. Quando chegamos não estava ninguém mas, livremente, decidimos nos instalar na Casa Comunal e esperar que chegassem os "donos da terra". Lá para o final da manhã apareceram duas pessoas que nos explicaram que os restantes tinham ido a Soplin e só regressariam pela noite. Como estava na hora do almoço tivemos de improvisar uma fogueira e preparar uma boa comida. Aproveitando que estávamos sozinhos, decidimos colocar as "lavagens em dia", isto inclui roupa e uma fresquinha banhoca no rio. As famílias chegaram já ao entardecer e como não existe luz nem geradores, decidimos celebrar a Eucaristia no dia seguinte, outra vez muito cedo e com toda a comunidade. Depois da celebração tiramos uma foto para a prosperidade e para mais tarde recordar.




Chegados a Peneyta, a tensão era grande para o Copi, pois a última vez que lá esteve um cão pouco "católico" decidiu atacá-lo. Felizmente ao chegar fomos informados que esse mesmo cão já tinha partido, ficamos sem saber exactamente para onde, mas o importante é que o Copi podia circular com tranquilidade no povo. Esta comunidade é composta maioritariamente pela família do animador local, D. Guillermo. Tal como Miraflores, aqui também contam com um professor residente que lecciona os diferentes níveis de aprendizagem  de acordo com as crianças que frequentam a escola primária. Explicando brevemente esta problemática: são poucas as comunidades que contam com uma escola, e as que têm o edificío nem sempre têm o professor, infelizmente, e por muitas razões, os professores não chegam a estas comunidades.


Mas, voltando ao nosso tema, depois de instalados na casa comunal, celebramos a Eucaristia com os presentes que, no final, nos brindaram com um jantar especial onde a grande novidade era o peixe cão (não sabemos porque o chamam assim mas que não ladrou no prato não ladrou!) E à medida que o sol desaparecia e chegava a noite cada um instalou-se na sua "hamaca" (rede), infelizmente nessa noite tivemos a presença de um casal de morcegos que fizeram o favor de não nos querer deixar dormir, mas enfim, são os sons da natureza ao vivo. 






Foi muito significativo para nós visitar estas comunidades onde, de uma maneira ou outra, experimentamos a vida como a vivem os indígenas, a solidão de chegar e não encontrar ninguém, e sobretudo experimentamos a alegria daqueles que se encontram connosco e que nos receberam tão bem! De cada comunidade saímos com a alegre sensação de missão comprida e com a esperança de voltar brevemente. 





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